domingo, 28 de dezembro de 2008

O homem que sabe que não sabe nada

Nosso mundo por vezes é engraçado, sim, porque nossas convenções baseadas em conceitos científicos apontam para uma definição evolucionista sobre a origem da vida. Dizem os desavisados: “o homem veio do macaco”, perdoe-me , me convença....Não quero adentrar no campo do criacionismo, pois é de clareza cristalina que esta corrente não defende o evolucionismo. Usando conceitos exclusivamente científicos trataremos o tema:
No livro “A origem das espécies” , Charles Darwin diz : ”Homo sapiens sapiens (homens ) e pongídeos (macacos), descendem de um mesmo ancestral”. Perceba que ele não diz que o homem veio do macaco, mas, sim, que homem e macaco descendem de um mesmo ancestral que a ciência não sabe qual é(alguns chamam até de elo perdido).
Segundo Richard Leakey no seu famoso “A origem da espécie humana” (Leakey, Richard E. A origem da espécie humana / Richard Leakey;tradução de Alexandre Tort; coordenação editorial: LenyCordeiro — Rio de Janeiro: Rocco, 1995.) existem semelhanças quase absolutas entre homens e macacos. Quase absolutas, pois o DNA humano é 99% idêntico ao dos macacos, mas não é 100%. Reconheçamos esta grande similaridade, inclusive porque sabemos que alguns testes científicos são feitos em macacos.O sistema nervoso dos macacos é quase igual ao nosso, no entanto o referido autor enumera algumas diferenças entre homens e macacos:
1ª)Linguagem — no homem a capacidade de se comunicar,tornou-se uma das mais evoluídas dos seres vivos,pois nos permitiu construir,signos,representações e símbolos que possibilitaram o surgimento do Estado e de nossa sociedade.
2ª)Raciocínio — neste sentido, o termo ganha conotação como o uso organizado da inteligência pois esta indica a forma com a qual selecionamos e resolvemos problemas complexos ou simples.
3ª)Postura ereta — a principal diferença entre homens e macacos, deve-se ao fato de que nos arqueamos, razão pela qual possibilitou o aumento da caixa craniana.Descreve Leakey uma teoria chamada "West Side History”(Teoria do Lado Oeste),na qual há milhões da anos na África um acidente geográfico separou a vegetação local ,fazendo com que os primatas tivessem que se adaptar ao meio e dessa forma adotassem ao longo do tempo principalmente a capacidade prênsil e a postura ereta.
4ª)Capacidade prênsil – como a capacidade originária de prender objetos; nos humanos desde o nascimento talvez devido a uma possível origem primata.
5ª)Natalidade precoce — o fato de que nós humanos não nascemos prontos, ao contrário dos símios que nascem com uma estrutura neuronal quase perfeita para a faixa etária(recém-nascidos), possibilitando a nós humanos a vantagem de interagir com o meio devido a nossas condições de estrutura nervosa ao nascermos.
É importante suscitar que evolutivamente somos parentes dos símios, por isso que alguns cientistas nos chamam de macacos. Outro tipo de macaco podemos aceitar , mas não um macaco comum, ao contrário, precisarei de muita fé para acreditar exclusivamente na teoria da evolução.Por isto não deixa de ser uma ironia, pois Homo sapiens sapiens significa homem que sabe que sabe...

A Águia

Para a humanidade o sentido da vida é algo assustador e vazio, muitas conversas e teses foram discutidas sobre o respectivo tema, mas a polêmica continua . No mundo ocidental os primeiros filósofos imprimiram suas visões e opiniões a respeito da vida , tentaram exprimir e explicar o objetivo da existência humana. Neste sentido nasceram : o mito , a filosofia e a ciência num espiral temporal que se origina desde Thales de Milleto, passa pelos pré- Iluministas (Espinosa ,Descartes e Kant) e chega até nossos dias com Heidegger e Sartre. Você pode pensar que haja uma bula que lhe darei para simplesmente entender o sentido da sua vida: não farei isto, até porque não sei pelo menos ainda. O que nos cabe como pessoas é a busca por um sentido que nos faça ter uma missão que não seja individualista, mas , antes de tudo, pura e verdadeira. Sei que este turbilhão chamado vida é de extrema simplicidade e complexidade, pois não sabemos muitas vezes decidir o que é melhor para nós mesmos, achamos que repetir meramente o que fazem os outros nos proporcionará segurança ou felicidade.
Vejamos ... a maioria dos grandes homens da História eram filósofos, pois tentaram explicar o mundo a partir de um paradigma que se convencionou como verdade inquestionável da humanidade e desta forma universal, mas muitos nos legaram algo que não condiz com a realidade que vivemos : Nietsche sofria de problemas mentais, Newton nunca saiu de sua ilha, a Inglaterra, e Maquiavel talvez pretendesse ter seu cargo de volta para o reino que servia . Não quero reduzir a importância destes homens, ambiciono que entendamos que estes eram humanos, portanto eram limitados pelo tempo e pelo espaço.
Compreender a nossa realidade exige observação e renúncia, pois devemos buscar o nosso projeto de vida muitas vezes aliando o mundo do ser com o do vir a ser.
Simplicidade, pois criamos convenções e estruturas que nos afastam de nós mesmos e de Deus. Sim, de Deus, pois como “alguém disse que Deus não existia” então Ele não existe só porque algumas mentes da nossa sociedade temporal assim afirmam.Um homem e filosófo americano chamado Francis Schaeffer diz em sua convicção epistolar que a filosofia atual conduz o homem a uma linha de desespero, pois em suas experiências humanas, aquelas retiradas da realidade do cotidiano com vários grupos sociais como : budistas, existencialistas, positivistas lógicos , hindus, , protestantes e católicos liberais, judeus reformados e ateus, muçulmanos, membros de seitas do ocultismo e pessoas de um ampla variedade de religião e de Filosofia entre outros, a vida não oferece sentido, não há esperança para o homem, pois o conhecimento se não oferecer uma mudança interior é nula.
Acredito piamente que a vida nos leva a Deus , não um Deus institucionalizado e vazio, mas aquele que nós dará esperança de sermos melhores, humanos e altruístas, divergindo do nosso tempo que é fútil e egoísta, que se preocupa primeiramente com o vil metal, com a superfície e não com a essência.

EHSPPereira
Verão de 2008